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Heróis da Fé: William Seymour, o pioneiro do avivamento da Rua Azusa

   Missão de Fé Apostólica, na Rua Azusa, onde William Seymour iniciou o movimento pentecostal. —  Foto/Reprodução/ Shaun Tabatt.

Heróis da Fé: William Seymour, o pioneiro do avivamento da Rua Azusa
Publicado no Conexão Notícia  

Mundo Cristão | Um dos líderes mais influentes de seu tempo, William Seymour se tornou um símbolo do avivamento bíblico.
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As raízes do movimento pentecostal passam por William Joseph Seymour (1870–1922), um afro-americano, filho dos escravos libertos Simon Seymour e Phyllis Salabarr, que nasceu em Centerville, Louisiana, em 2 de maio de 1870.

Considerado um dos fundadores do pentecostalismo moderno, William Seymour era um pregador vibrante a respeito dos dons espirituais, incluindo a cura divina, e acreditava que falar em línguas, a chamada glossolalia, era a principal evidência do batismo com o Espírito Santo. Apesar de suas convicções, Seymour não havia ainda tido nenhuma experiência dessa natureza.

A família de Seymour era pobre, o que fez com que ele recebesse pouca educação formal. Na parte religiosa, seus pais tinham afiliações com as igrejas Batista e Católica, o que o fez transitar entre as duas denominações em sua infância. Em 4 de setembro de 1870, aos quatro meses de vida, ele foi batizado em uma cerimônia católica na Igreja da Assunção em Franklin, Louisiana. Ainda criança, Seymour ficou cego de um olho após ter contraído varíola. No entanto, essa deficiência não o impediu de, anos mais tarde, dedicar-se a Deus como pregador.
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Sobre a juventude de Seymour, não existem muitas informações, mas foi nessa fase da vida que ele alegou ter visões de Deus. Durante esse período também, Seymour fez muitas viagens.

Em 1895, quando tinha 25 anos, Seymour foi morar em Indianápolis, Indiana. Enquanto trabalhava como garçom em restaurantes e hotéis de luxo, ele passou a frequentar a Simpson Chapel Methodist Episcopal Church, uma congregação afro-americana afiliada à Igreja Metodista Episcopal, predominantemente branca.

Cinco anos mais tarde, em 1900, Seymour se mudou para Cincinnati, Ohio, onde se juntou ao Movimento de Restauração da Igreja de Deus, que também era chamado de Os Santos da Luz da Noite. 
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O grupo fazia parte do crescente movimento de Santidade que abraçou uma doutrina radical que incluía a cura pela fé e uma crença no retorno iminente de Cristo, um evento que seria indicado pela integração das raças na adoração - uma conciliação que Seymour tentou realizar, muitas vezes com grande sucesso, ao longo de sua vida pastoral.

 Seymour e grupo de pentecostais. (Foto: Wikimedia Commons/Public Domain/Alaniaris)

O grupo também acreditava na doutrina da santificação, um conceito que remonta ao protestantismo do século 19. No entanto, acreditava em uma conversão e santificação imediata, e não gradual, seguindo a aceitação de Cristo e o batismo no Espírito Santo. Mas o próprio Seymour chegou a declarar: “Minha opinião é que todo cristão precisa crescer em sua fé, seja por um evento, vários eventos ou por um processo”.
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Seymour foi aluno do pregador pentecostal Charles Parham, fundador do movimento Apostolic Faith, constituído por igrejas independentes que cresceram no sul e no oeste dos Estados Unidos, onde ele realizava as suas reuniões. Nessa mesma época, Seymour era pastor interino de uma pequena igreja em Houston.

Com apoio financeiro de Parham, em 1906 Seymour foi para Los Angeles, convidado por Neeley Terry, que falou sobre um movimento de santidade que estava acontecendo na cidade. Mas a ligação com Parham foi corroída após Seymour dar início ao movimento pentecostal, cujas reuniões foram duramente criticadas por Parham.

O pentecostalismo da Rua Azusa

Antes de encabeçar o forte movimento pentecostal da Rua Azusa, Seymour visitou algumas igrejas onde pregava sobre o avivamento, sendo rejeitado em algumas delas e aceito em outras.

Em Los Angeles, Seymour foi convidado a pregar na igreja de Julia M. Hutchins, que estabeleceu uma nova congregação depois de ter sido expulsa da Segunda Igreja Batista por causa de sua visão de santidade. Em seus sermões ali, Seymour defendia a importância de uma comunidade religiosa inter-racial e de falar em línguas como um sinal do Espírito Santo.
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As visões de Seymour e Hutchins não estavam alinhadas, especialmente sobre a glossolalia, o que fez com que ela o impedisse de continuar ministrando em sua igreja.

Considerado o pai do avivamento, sua pregação também não agradou alguns anciãos que não aceitaram o ensinamento de Seymour, principalmente porque ele não havia experimentado o que estava pregando. A Associação da Igreja de Santidade do Sul da Califórnia também condenou a mensagem de Seymour.

 Casa da família Asberry na Rua Bonnie Brae Norte 216. (Foto: Reprodução / Public Domain)

Depois disso, Seymour foi convidado pelo casal Ruth e Richard Asberry para realizar cultos em sua casa, na Avenida North Bonnie Brae. Junto com seu grupo, logo Seymour se mudou para o local, de onde começou a orar pelo batismo no Espírito Santo, junto com famílias brancas que também frequentavam os cultos. Após cinco semanas de pregação e de oração de Seymour, Edward S. Lee falou em línguas pela primeira vez.
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Entusiasmado com a experiência de Lee, Seymour compartilhou seu testemunho e pregou sobre Atos 2, quando, no mesmo culto, outras seis pessoas começaram a falar em línguas, incluindo Jennie Moore, que mais tarde se tornaria a esposa de Seymour.

Não muito depois daqueles dias, em 12 de abril, Seymour falou em línguas pela primeira vez, depois de orar uma noite inteira. O grupo cresceu rapidamente e, ainda em 1906, foi para um prédio antes ocupado pela Igreja Metodista Episcopal Africana, na Rua Azusa 312. O local estava sendo usado como depósito e estábulo, o que exigiu uma grande limpeza, feita pelos próprios membros.

Seymour e sua esposa, Jennie. (Foto: Reprodução / Black Past)

A casa recebeu móveis de igreja improvisados. O púlpito foi feito com dois caixotes pregados e os bancos eram de tábuas pregadas em barris vazios. Seymour fez sua casa no andar de acima da igreja e começou a realizar cultos três vezes por dia, sete dias por semana. Uma equipe de voluntários, incluindo negros e brancos e homens e mulheres, ajudava Seymour na realização dos cultos na nova congregação, chamada Missão de Fé Apostólica.

As reuniões no local começaram em 14 de Abril de 1906 e continuaram até meados de 1915.

Estima-se que o movimento pentecostal iniciado na Rua Azusa, por Seymour, tem cerca de 20 milhões de seguidores nos EUA e 500 milhões em todo o mundo.
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Últimos anos de vida

A Notable Biographies registra que Seymour passou os últimos anos de sua vida viajando pelo país, falando principalmente para o público negro. Em 1915, ele publicou um manual, As Doutrinas e Disciplina da Missão de Fé Apostólica da Rua Azusa de Los Angeles, mas sua influência como figura religiosa estava diminuindo.

Em 28 de setembro de 1922, Seymour morreu de um ataque cardíaco repentino em Los Angeles. Ele foi enterrado no Cemitério Evergreen em East Los Angeles. Após sua morte, Jennie se tornou pastora da igreja e continuou o trabalho de seu marido, mesmo depois de perder a missão Azusa em 1931. Ela morreu em 1936.

William Seymour morreu antes de realizar muitos de seus objetivos. Ele planejou estabelecer escolas e missões de resgate e formar outras congregações, mas esses sonhos nunca se realizaram. Ainda assim, apesar do rápido declínio em sua influência, Seymour teve um tremendo impacto no movimento pentecostal, que cresceu para incluir mais de meio bilhão de crentes em todo o mundo. Na verdade, o Reavivamento da Rua Azusa é frequentemente citado como uma das raízes do pentecostalismo moderno.

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