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Orando os “Quatro Grandes Pontos” como Igreja.

"A adoração estabelece o fundamento para o nosso tempo com Deus (...)," John Onwuchekwa. —  Foto/Reprodução Yonatan Sindel/Flash90.


Orando os “Quatro Grandes Pontos” como Igreja.
Fonte:   9marks.org, John Onwuchekwa,* Traduzido por: Vittor Rocha —  Publicado no CN - Conexão Notícia em 07.maio.2020.

Todos nós já fizemos parte de igrejas onde a oração está presente, mas não de forma intencional nem potente. Infelizmente, a oração na igreja muitas vezes se parece com a oração antes de uma refeição — é obrigatória e todos respeitam sua decisão de fazê-lo, mas ninguém realmente aproveita muito disso. Ela é reduzida ao melhor recurso para a transição de uma atividade para a próxima. Vamos fazer com que todos fechem os olhos e inclinem a cabeça, para que a transição da equipe de louvor para dentro ou fora do palco cause menos perturbaçāo.

A oração tornou-se o ato de abertura para o protagonista — o sermão de domingo. No entanto, o pastor do século XIX E. M. Bounds nos relembra: “Falar aos homens em nome de Deus é uma grande coisa, mas falar com Deus em benefício dos homens é ainda maior”.

Com isto em mente, na igreja Cornerstone, onde sou pastor, a oração é muito importante. Não queremos que nossos membros e visitantes só ouçam de Deus através de canções e sermões vindos da plataforma. Se este for o caso, é fácil que as pessoas se sintam como espectadores, e este não é o objetivo da adoração coletiva. O objetivo é que os cultos sejam tanto pessoais quanto participativos. Queremos que os presentes tenham a oportunidade de se envolverem com Deus de forma relacional, e vemos a oração como uma parte crucial para atingir este objetivo.

Todos sabem que devemos orar na igreja. Mas como se ora faz toda a diferença, e é por isso que usamos a oração coletiva como uma maneira de ensinar nossa igreja como se envolver com Deus.

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Através desta disciplina, há três coisas que esperamos que ocorra. Primeiro, queremos que nossas orações corrijam equívocos; segundo, queremos orar por coisas que muitos de nós negligenciamos, tal como orar pelas autoridades governamentais; e terceiro, queremos mostrar que a oração substancial não precisa levar muito tempo. Muito pode ser feito em cinco minutos.

Em poucas palavras, aprendemos a não pressupor que as pessoas sabem orar, e é por isto que incluímos especificamente os “Quatro Grandes Pontos” quando nos reunimos.

A ADORAÇÃO
A adoração estabelece o fundamento para o nosso tempo com Deus. Queremos estabelecer nos corações e mentes que é uma honra absoluta falarmos com Deus. A maioria de nós está tão familiarizada com a oração que nos aproximamos de Deus de forma petulante. Desde o início do nosso culto, queremos cortar este mal pela raiz.

Em vez disso, queremos ser relembrados do caráter majestoso de Deus — quem ele é e o que fez em Cristo pelos indignos. Por causa do grande sacrifício de Jesus, podemos nos aproximar de Deus ousadamente. Mas as orações de adoração também nos relembram que devemos nos chegar a ele humildemente.

A CONFISSÃO
Se estivermos adorando corretamente, então a confissão torna-se um reflexo da alma, o próximo passo lógico. Ao refletirmos sobre a santidade de Deus, nossa pecaminosidade se torna aparente, e portanto somos levados à confissão.

Nossa expectativa é que, ao ouvirmos um membro da nossa igreja confessar seu pecado, pensemos nós mesmos: “Eu também”. Muitas vezes minimizamos o pecado em nossas vidas, mas ao ouvirmos outros confessá-lo, somos encorajados a sondar nossos corações e a descobrir pecados que tínhamos ignorado. Isto não nos leva ao desespero, mas à dependência e à alegria, porque nestes momentos nos lembramos de maneira especial da fidelidade e bondade de Deus (1 João 1.9).

A confissão feita corretamente suscita a adoração. No entanto, por nos desafiar a explorar as trevas em nossas vidas, muitas vezes a abandonamos e deixamos de viver a experiência da alegria que Deus proporciona. Certamente, qualquer oração de confissão deve ser séria e arrependida, mas este momento deve sempre terminar em regozijo, tal como Davi no Salmo 32:

Bem-aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada,
cujo pecado é coberto.
Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui iniquidade,
e em cujo espírito não há dolo.

A GRATIDÃO
Todos reconhecemos a onipotência de Deus. Mas se não tivermos cuidado, este reconhecimento pode minar nosso desejo de adorar a Deus com gratidāo de todo coração.

Há muitas coisas neste mundo que estāo danificadas, coisas que queremos que Deus conserte. No entanto, como cristãos, sabemos que a gratidão é muitas vezes o melhor antídoto contra a murmuraçāo. Em nossas reuniões dominicais, usar um tempo específico para agradecer a Deus por quem Ele é e o que Ele faz é vital. Afinal, um espírito ansioso e oprimido pode ser um grande obstáculo para ouvirmos as palavras graciosas de Deus para conosco (Êxodo 6.9). Portanto, em nossas orações de gratidão, queremos lembrar-nos uns aos outros de sermos gratos — e às vezes precisamos que alguém nos aponte nessa direção. Em suma, desejamos estar conscientes dos males do mundo, mas não cegos para a bondade de Deus — que sejamos, como diz Paulo, apropriadamente entristecidos, mas sempre alegres (2 Coríntios 6.10).

AS SÚPLICAS
Embora as orações de adoração, confissão e gratidão sejam feitas por membros da igreja, como pastores, decidimos assumir a liderança em nossas orações de súplica. Queremos ampliar os horizontes de nossa congregação e comunidade quanto ao que acreditam poder pedir a Deus.

Geralmente, as pessoas são demasiadamente restritas em como se envolvem com Deus. Quando pensam em oração, geralmente pensam somente em pedir coisas a Deus. Temos a expectativa de que isto seja tratado pela maneira como usamos as orações que mencionei.

Da mesma forma, notei que as pessoas tendem a ser demasiadamente restritas, mesmo nas coisas que pedem a Deus. Queremos comunicar claramente que não há problema em pedir a Deus a cura de uma pessoa doente, não há problema em repetir a mesma oração, e não há problema em pedir coisas a Deus sem frases como “se for da tua vontade”. Claro, seguindo a Jesus na Oração do Pai Nosso, desejamos que a vontade de Deus seja feita acima de tudo.

Infelizmente, porém, muitos de nós duvida da capacidade e do desejo de Deus de fazer grandes coisas em nossas vidas. Como igreja, queremos expor a grandeza de Jesus pedindo grandes coisas em seu nome! A beleza nisso é que às vezes Deus responde “NÃO” — e assim podemos crescer juntos como uma família, confiando em Deus durante nossa caminhada. Por outro lado, às vezes Deus vai além do que poderíamos pedir ou imaginar; ele responde “SIM” — e desta maneira nossa fé é fortalecida.

Como igreja, queremos que a adoração seja congregacional, não privada; queremos que mulheres e homens liderem nossa adoração de maneiras de acordo com a Bíblia, e queremos realçar uma variedade de pessoas de Deus falando com Deus de várias maneiras.

Tudo isso é possível porque a oração coletiva é um aspecto fundamental da nossa reunião dominical. Nossa comunidade e até mesmo os visitantes podem se ver na pessoa que ora, sendo lembrados que orações significativas podem acontecer de várias formas em um curto período de tempo. E por incluirmos elementos de adoração, confissão, gratidão e súplica em nossos cultos, temos a oportunidade de mostrar a amplitude emocional que deve ser parte de um relacionamento com Deus.

CONCLUSÃO
Quando falamos com um garçom em um restaurante, simplesmente fazemos pedidos. Se estivermos na presença de alguém que admiramos, o mais que fazemos é cobri-lo de elogios. Ambas as reações refletem uma relação superficial. No entanto, Deus deseja um relacionamento profundo com seu povo — e quanto mais profundo for o relacionamento, mais variada será a comunicação.


John Onwuchekwa* é pastor da igreja Cornerstone Church, em Atlanta. Também é membro do conselho da Gospel Coalition.


Médicos voluntários do Projeto Missão Covid atendem pessoas com suspeita da doença ou com dúvidas sobre o novo coronavírus. 




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