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PANDEMIA - Saiba quais os 5 motivos que fizeram a COVID explodir no Brasil

  Orla da Lagoa da Pampulha: muita gente desrespeita cuidados básicos para evitar a COVID, como uso de máscara e evitar aglomeração. Press - 21/2/21 —  Foto/Reprodução.

PANDEMIA - Saiba quais os 5 motivos que fizeram a COVID explodir no Brasil
Publicado no Conexão Notícia em 08.mar.2021.  

Brasil | Políticas públicas insuficientes e desrespeito de parte da população alimentaram o novo coronavírus e surgimento de variantes

Moradores de Belo Horizonte assistiram, nas últimas semanas, a uma alta nos indicadores da pandemia da COVID-19 que culminaram com novo trancamento da cidade. Em apenas 64 dias de 2021, a capital mineira registrou 74,4% do total de casos de todo o ano passado, e a ocupação das UTIs fechou o último boletim na zona crítica, com taxa de 81%. Mas quais são os fatores por trás dessa proliferação em massa do vírus na capital?

Em busca de respostas que ajudem a explicar o fenômeno, o Estado de Minas compilou dados e conversou com o infectologista Geraldo Cunha Cury, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), para tentar entender como BH, Minas e o Brasil em geral apresentaram números tão elevados na última semana. Alguns fatores aparecem como determinantes: a falta de imunizantes suficientes; a circulação de variantes do novo coronavírus, três delas já mapeadas em BH; as festas de fim de ano e as aglomerações e viagens do carnaval; e a queda no distanciamento, ainda uma das providências mais importantes na batalha contra o vírus.


Ainda que toda essa gama de fatores tenha influenciado, Geraldo Cunha Cury aponta duas razões principais para a nova onda de transmissão da doença. 

Ainda de acordo com a Fiocruz, Minas vacinou 635.176 pessoas. Em BH, são 130.910 pessoas imunizadas. 

Na última semana, a cidade deu início à quarta etapa de vacinação, englobando os idosos entre 80 e 85 anos. Todo o novo estoque recebido do governo do estado será empenhado para proteger essa população. Essa fase vai até a próxima sexta-feira. A prefeitura também assinou o consórcio com outros municípios para compra de imunizantes, mas Kalil trata a questão com ceticismo.



Descanso sem responsabilidade

Quando janeiro terminou, o Estado de Minas mostrou que Belo Horizonte tinha vivido seu pior mês em relação ao número de casos de infecção pelo novo coronavírus. Em fevereiro, os números mostram que o quadro foi menos grave em relação ao total de diagnósticos (de 25.289 para 21.785), mas o consolidado de mortes pela COVID-19 foi o maior da história da capital desde o início da pandemia. Ainda que o mês tenha tido apenas 28 dias, 490 pessoas perderam a vida no município: média de 17,5 a cada 24 horas.
 
O recorde anterior havia ocorrido em agosto, com 451 óbitos em Belo Horizonte. Para o infectologista Geraldo Cunha Cury, da UFMG, a cidade sofre as consequências das aglomerações das festas de fim de ano e do carnaval, o que pode ser ampliado com a chegada da Semana Santa, entre março e abril. 


Se acontecer aglomeração agora novamente (no próximo feriado prolongado), a bola de neve vai crescer ainda mais. Não temos limite de mortes para essa doença, diz.
 
A visão de Cury é compartilhada pelo secretário municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto. Em entrevista coletiva na última quarta-feira, ele afirmou que a principal hipótese para o aumento da transmissão do vírus na cidade foi o carnaval. Esse foi um dos fatores que forçou a PBH a adiar a volta às aulas das crianças de até 5 anos, que seria anunciada na última sexta.

Distanciamento social

Desde o início da pandemia, o distanciamento social é, ao lado do uso das máscaras e da higienização das mãos, a principal defesa contra o coronavírus. Nesse índice, a Prefeitura de BH computou queda na comparação entre fevereiro e janeiro. No último mês, a taxa média foi de 45,9%. Nos primeiros 31 dias do ano, a media do indicador foi de 46,5%. A diferença é pequena, mas o Painel Coronavírus da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG) mostra que a Região Central, formada principalmente pela Grande BH, é a segunda que menos respeita o distanciamento social no estado, o que evidentemente reflete nos dados de transmissão da capital. A média do indicador nessa regional, em fevereiro, foi de 38,02%.

 
No contexto do estado em geral, o governo contabiliza queda vertiginosa no distanciamento social desde o carnaval. Na primeira semana de fevereiro, a taxa era de 39,23%. Mas fechou o mês em 33,76%, o menor índice desde 28 de junho, quando a SES começou a compilar esses números. Tal fator forçou a Prefeitura de BH a retomar barreiras sanitárias na cidade. Os fiscais vão aferir a temperatura, além de aplicar questionário aos motoristas e motociclistas. A fiscalização ocorre nas avenidas Nossa Senhora do Carmo, Dom Pedro I e Amazonas, além da Rodoviária e da Estação Central do metrô.

O perigo das novas variantes

Parece que a p.2 está em processo de evolução. Ela é 'prima-irmã' da p.1. Tem as mesmas mutações. Ela pode escapar, às vezes, do efeito da vacina, pode ter mais reinfecção, Unaí Tupinambás, infectologista.
 
Na última semana, artigo preliminar da revista científica “Lancet”, feito por pesquisadores das universidades de São Paulo (USP) e Estadual de Campinas (Unicamp), indicou que a variante p.1 do novo coronavírus, surgida em Manaus, pode driblar os anticorpos produzidos pela CoronaVac. Apesar de o ensaio ainda dizer respeito a uma amostra pequena de pessoas, apenas oito, acendeu o alerta para o risco que corre o Brasil ao não agilizar a vacinação.
 
Em Belo Horizonte, de acordo com o infectologista Unaí Tupinambás, pesquisadores já detectaram três mutações: a p.1, a p.2 (principal suspeita é que tenha vindo de Macaé, no Rio de Janeiro) e B117 (Reino Unido). Outra variante de atenção, a da África do Sul, ainda não foi mapeada na cidade, segundo ele. Mas isso pode acontecer em breve, já que a transmissão do vírus está alta. De acordo com o infectologista, a que mais preocupa entre as novas cepas é a p.2 nesse primeiro momento, entretanto, as pesquisas ainda estão no início.
 
Parece que a p.2 está em processo de evolução. Ela é 'prima-irmã' da p.1. Tem as mesmas mutações. Ela pode escapar, às vezes, do efeito da vacina, pode ter mais reinfecção e parece também, que a gente vai precisar de um tempo para verificar isso, que ela é mais grave. Tem uma letalidade mais alta, afirmou em entrevista coletiva na sexta-feira. 

A preocupação tende a aumentar depois que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) detectou as novas mutações em oito estados brasileiros, inclusive em Minas Gerais, onde 30,3% dos testes realizados estão ligados a essas cepas. Em seis unidades da federação, já há prevalência delas.
 
O que é preocupante é que muitas outras (cepas) estão surgindo. Se você não tem controle da transmissão, as variantes mais suscetíveis de contágio vão se multiplicando. Podemos ter várias outras já circulando. Isso acontece em qualquer doença viral, mas como temos muitas pessoas se contaminando sem parar, novos subtipos vão surgindo, explica o infectologista Geraldo Cunha Cury, da UFMG.
 
Outro problema oriundo das novas variantes é a infecção de crianças. Ainda que os estudos sejam iniciais, tudo indica que elas são mais vulneráveis a determinadas mutações. Em BH, a prefeitura anunciou que oito crianças menores de 6 anos estão internadas em enfermarias. O prefeito Kalil declarou em coletiva:

Nós não estamos contaminando mais o pai e a mãe. Nós estamos contaminando o filho. Então, aviso à população de Belo Horizonte: quem não tem medo de matar o avô e a avó, cuidado para não matar o sobrinho e o filho.
  
Na última semana, houve recorde diário de mortes pela COVID-19 registrado no Brasil, 1.910 óbitos. 
 
O que é o coronavírus

Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.

Mortes acumuladas
  Mapa: Estado de Minas. Fonte: Ministério da Saúde - atualizado em 07/03/21, às 19h Criado com Datawrapper —  Foto/Reprodução.


Como a COVID-19 é transmitida? 
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Como se prevenir?
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê


Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

Febre
Tosse
Falta de ar e dificuldade para respirar
Problemas gástricos
Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam:
Pneumonia
Síndrome respiratória aguda severa
Insuficiência renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus. 

Vídeo explica por que você deve 'aprender a tossir'

Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.
Gabriel Ronan

Publicada na rede de voluntários da MNAS - Mobilização Nacional dos Agentes de Saúde


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