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Saúde da Criança - Quanto tempo meu filho pode ficar brincando no celular?

   As telas estão por todos os lados. Será que elas fazem bem às crianças?  —  Foto: Reprodução.

Saúde da Criança - Quanto tempo meu filho pode ficar brincando no celular?
Publicado no Conexão Notícia em 16.setembro.2021.  

Brasil | Descubra as principais orientações sobre uso de telas pelas crianças – quanto tempo é saudável e quanto tempo chega a ser prejudicial para elas?
 
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As telas estão por todos os lados – na televisão, no computador, no tablet e no celular. Será que elas fazem bem às crianças? Há limites para o uso? Quais as consequências negativas?
Deixar as crianças assistindo a vídeos ou brincando em joguinhos de celular já se tornou comum para a grande maioria dos pais. Afinal, é incrível como os pequenos ficam “encantados” pelo conteúdo – e se mantêm quietinhos e concentrados por um bom tempo!

Mas será que ficar grudado no celular faz bem às crianças?

ORIENTAÇÕES DA OMS SOBRE TEMPO DE USO DE APARELHOS ELETRÔNICOS PELAS CRIANÇAS

Em 2019, a Organização Mundial de Saúde (OMS) deu seu parecer sobre esse assunto.

Haveria algum “número mágico” de horas por dia recomendadas de uso de telinhas pelas crianças? Segundo a OMS, sim. Confira a seguir.

As orientações fazem parte de um amplo estudo sobre atividade física, sedentarismo e sono para crianças de até 05 anos de idade.

USO DAS TELINHAS
De acordo com o relatório da OMS:

Crianças com menos de dois anos não devem utilizar aparelhos eletrônicos;
Crianças de 02 a 05 anos podem utilizar tais dispositivos por, no máximo, 1h por dia.

Para a OMS, tão importante quanto monitorar o tempo de uso de mídias eletrônicas é se certificar de que as crianças também estão brincando e dormindo pelo tempo ideal. Confira as indicações a seguir:
 
ATIVIDADES FÍSICAS
Apesar dos passatempos eletrônicos dominarem a infância atual, crianças a partir de 01 ano devem brincar pelo menos 180 minutos diários de maneira ativa, em atividades de intensidade variável;
Quanto maior a quantidade de tempo que elas passarem brincando, melhor.

SONO
O uso excessivo de mídias digitais pode atrapalhar o sono. A OMS recomenda as seguintes quantidades diárias de horas de sono, para cada faixa etária:

0 a 3 meses: 14h a 17h
4 a 11 meses: 12h a 16h
01 a 02 anos: 11h a 14h
03 a 04 anos: 10h a 13h
 
PASSAR MUITO TEMPO NO CELULAR FAZ MAL?
As orientações principais da OMS são bem claras:

Para que cresçam saudáveis, as crianças devem ficar menos sentadas e brincar mais”.

Isso porque o número de casos de crianças e jovens sofrendo de problemas de saúde como sobrepeso, obesidade e falta de sono têm aumentado a cada ano, e um dos principais motivos para isso é o sedentarismo, facilitado pelo consumo constante das mídias digitais.

As mídias sociais – especialmente as redes sociais, para as crianças mais velhas e os adolescentes – também acabam se tornando uma fonte de transtornos e preocupação. O uso desses canais tem se refletido em um número crescente, também, de problemas psicológicos entre os jovens, como ansiedade e depressão, e que surgem cada vez mais cedo.



QUE TIPO DE CONTEÚDO AS CRIANÇAS MAIS NOVAS PODEM ASSISTIR?
Agora vamos trazer orientações de outros grandes especialistas em saúde infantil. Discutindo que tipo de conteúdo cada faixa etária pode assistir, entram os especialistas da American Academy of Child and Adolescent Psychiatry. Segundo a entidade:

Até os 18 meses de idade, o uso de telas deve ser feito apenas para chats de vídeo com parentes ou amigos, e sempre com um adulto junto;
Entre os 18 e os 24 meses, a programação deve ser unicamente de conteúdo educativo. Deve-se sempre assistir a esses programas com um adulto ao lado, para já evitar a “acomodação” ao consumo passivo e solitário de mídias digitais;
Crianças entre 2 e 5 anos podem assistir a 1h de conteúdo não-educativo por dia. Nos finais de semana, esse número pode subir para 3h;
A partir dos 06 anos, os pais já devem começar a educar as crianças sobre o uso responsável das mídias e do conteúdo digital.
Deve-se sempre assistir a esses programas com um adulto ao lado, para já evitar a “acomodação” ao consumo passivo e solitário de mídias digitais

Independentemente da idade, é importante frisar:

Sempre desligue os aparelhos eletrônicos durante as refeições e quando a família estiver passeando;
Evite ao máximo usar o celular ou o tablet como “moeda de troca” para evitar choros ou cara feia;
Desligue os aparelhos eletrônicos e retire-os do quarto pelo menos meia hora antes da criança ir dormir, para não prejudicar seu sono.


EM MEIO À QUARENTENA, HÁ COMO EVITAR O USO EXCESSIVO DE TELAS?
Durante a pandemia da COVID-19, o uso de telas extrapolou todas as projeções. Estudos identificaram aumentos no tempo de uso de 50 a 100% – isso significa que as crianças com 12 anos ou menos estão passando pelo menos 5h por dia grudados nas telinhas. É muito tempo!

Sem poderem sair de casa, os celulares e tablets se tornaram companheiros dos pequenos, seja para entretenimento, seja para educação. Mas, como toda mãe e todo pai bem sabe, passar o dia com os olhos grudados nas telas não é saudável. Isso sem contar os perigos que o mundo virtual oferece em termos de conteúdo (veja no box acima). 

Segundo a OMS, 23% dos adultos e 80% dos adolescentes não são suficientemente ativos no dia a dia. 

Estudos apontam que crianças que trocam as interações humanas, “reais”, por conteúdos eletrônicos têm maiores chances de sofrer de problemas de saúde como sedentarismo, sobrepeso e obesidade. Nas crianças menores, até mesmo problemas de fala foram identificados, já que elas estavam menos acostumadas a conversar e interagir com outras pessoas.

Assim, a dica de especialistas é a de que os pais devem monitorar com toda a atenção o uso de aparelhos eletrônicos pelas crianças. Deve haver uma limitação diária, e pausas a cada 45 minutos de uso, no máximo, são indicadas.


Os pais devem incentivar, mesmo em meio à quarentena, que as crianças se envolvam em brincadeiras ativas. O importante é não deixar os pequenos viciados em entretenimento passivo, incentivando-os a fazer o que toda criança deveria fazer: brincar muito – e no mundo real!

A QUALIDADE DO CONTEÚDO IMPORTA!
Além da OMS, diversas outras associações médicas ou grupos de pesquisadores lançaram, recentemente, guias de orientações aos pais sobre o uso de tecnologia pelas crianças.

Algumas das mais interessantes são as orientações de 2019 da UK Royal College of Pediatrics and Child Health (RCPCH) e as de 2016 da American Academy of Pediatrics, que levam em consideração o contexto no qual o uso das tecnologias é feito.

Segundo esses guias, no geral, caso o uso de telefones/computadores seja compartilhado com amigos ou a família e contenha elementos educativos, ele não é necessariamente ruim para o desenvolvimento das crianças.

SE VOCÊ ESTÁ EM DÚVIDA SOBRE O USO DE TELINHAS PELO SEU FILHO
Como pai, mãe ou cuidador de crianças, faça a si mesmo as seguintes perguntas:

O tempo de uso de telinhas está sendo controlado?
Ele está interferindo com o que a família deseja fazer?
Ele está interferindo no sono da criança?
As crianças estão ingerindo alimentos enquanto se divertem com aparelhos eletrônicos?

Se a resposta for “sim” para qualquer dos itens (exceto o primeiro!), então está na hora de reavaliar sua postura perante os divertimentos eletrônicos.

Os pais modernos acreditam, em sua maioria, ser praticamente impossível impedir que seus filhos se tornem “consumidores” de tecnologia. Mesmo assim, nem todos orientam as crianças sobre limitações de tempo de uso, ou sobre a importância de brincar “no mundo real”, correndo e pulando e se divertindo com amigos.

Uma infância saudável em pleno 2021 inclui, é inegável, a tecnologia e as telinhas digitais, sempre presentes em nossas vidas. Mas o importante é não torná-las elemento central na vida da criança.

Isso é feito tendo controle sobre o tempo de uso de dispositivos eletrônicos, ensinando os pequenos a ter limites e a usar a tecnologia com responsabilidade, estimulando-os a aproveitar seu tempo para brincar e interagir com outras pessoas no “mundo real”!

Pais e mães que adotam atitudes positivas eles mesmo, como por exemplo evitar o uso de smartphones durante as refeições ou durante o tempo em família, também veem resultados melhores no comportamento dos filhos.

Moderação e educação são as chaves para uma convivência mais tranquila entre pais, filhos e alta tecnologia. 

Portal Ped
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